Encontre no blog

28 de abr. de 2011

Colômbia tipo exportação



A partida entre Porto e Villarreal foi uma prova de como o futebol é imprevisível e pode se transformar em 45 minutos. Um jogaço.  Os lusos não atuaram bem no primeiro tempo e desceram para o vestiário perdendo por 1 a 0, gol de Cani, numa das muitas jogadas criadas na "avenida "Alváro Pereira. Na segunda etapa, os colombianos, Falcão Garcia com 4 gols e Guárin (1 gol)  “entraram” no jogo e garantiram uma “final portuguesa, com certeza”. Provavelmente contra o arqui-rival Benfica, que venceu o Braga por 2 a 1 no primeiro jogo da outra semi-final.



A partida

Os colombianos fizeram a diferença
O jogo começou com os portugueses tentando colocar pressão nos espanhóis. Jogando em casa, os dragões partiram para cima, mas não conseguiam ultrapassar as linhas de defesa dos espanhóis. Os laterais amarelos não avançavam e os ponteiros lusos não conseguiam criar situações claras de gol. Mario Gaspar  e Borja  Varejo conseguiram anular Cristian Rodriguez e Álvaro Pereira. Aliás o lateral não fez uma boa partida. Errava muitos passes e cruzamentos, mas o mais grave é que avançava e deixava uma avenida  onde inteligentemente, Juan Carlos Garrido colocou Nilmar.

O brasileiro com sua velocidade era válvula de escape da equipe espanhola. Conseguia criar boas jogadas e a dupla com Rossi, que também é veloz, assustava frequentemente Hélton. Assim surgiu o gol no fim do primeiro tempo, bom passe de Borja Vajero na ponta direita para Nilmar que cruzou na cabeça de Cani. Um a zero justo para os “Yellow Submarine” e fim da primeira etapa.


Tsunami azul afunda o submarino amarelo no segundo tempo


Logo no começo do segundo tempo, Carzola recebeu um passe em profundidade pela esquerda saiu na cara do gol de Hélton, mas ao invés de chutar para o gol, preferiu cruzar para Rossi e a zaga tirou. Parecia que a história da primeira etapa iria se repetir. Só parecia.

Numa jogada rápida pela esquerda, Guarin deu uma belíssima assistência para Falcão Garcia que driblou o goleiro e foi derrubado na pequena área. Penalty. Gol. Era o ínicio o show de eficiência de Falcão. O Porto passou a marcar a pressão no campo de ataque, fazendo com que o Villarreal não conseguisse sair com a bola. E foi justamente num erro de passe na intermediária que saiu o segundo. Guárin recebeu uma bola na direita, limpou Marchena, chutou na trave e no rebote completou pro fundo das redes.



Guárin comemora o gol
A partir do segundo gol, o Porto dominou completamente. Juan Carlo Garrido tentou colocar o time para frente, sacando o volante carequinha Borja Vajero para a entrada de Mubarak, meia pela esquerda. Aí ele perdeu o jogo. Os portistas mantinham a posse de bola e criavam boas situações de gol, principalmente pela direita de ataque com as tabelas de Hulk-Guarin. Numa dessas jogadas pela ponta, o volante colombiano driblou Mussachio e cruzou forte para Falcão Garcia que de carrinho completou para as redes.

Aos 30’, Hulk deu um drible seco no lateral Catalá, que tomou cartão amarelo. Falta na intermediária de ataque. Adivinhem o que aconteceu. Cruzamento de Freddy Guarin e gol de cabeça de Falcão. Daí em diante, André Villas-Boas, discípulo de Mourinho, resolveu poupar Hulk e o volante colombiano, para a entrada do ex-vascaíno Souza e o jovem James Rodrigués.

Falcão fez quatro gols e levou a bola para casa
O jogo já estava ganho, mas ainda houve tempo para mais um gol dele. Aos 44’, batida de escanteio no segundo pau e Garcia finalizou de cabeça para marcar seu 16º gol em 14 jogos na Europa League, média maior que a de Messi na Champions. É o artilheiro com 6 gols de frente para Rossi, e pelo segundo jogo seguido faz três gols numa partida (Hat-trick). Na temporada são 35, dois a menos que Hulk, goleador do time na temporada.

André Villas-Boas


O português André Villas-Boas é pupilo de Mourinho. Na verdade, era o membro da comissão técnica responsável por analisar os adversários das equipes de “Mou” de 2003 até 2008. Isso significa que o acompanhou no Porto, no Chelsea e na Inter. Começou a carreira  de treinador na Acadêmica de Coimbra com a missão de tirar a equipe da zona de rebaixamento e a deixou na 11ª colocação. Em 2010 saiu de Coimbra para o Porto. E os números da primeira temporada na capital são impressionantes: venceu 49 jogos, empatou 5 e perdeu apenas 5. Fez 137 gols e só levou 40. Tem tudo para vencer a Liga Portuguesa de forma invicta e ganhar na 1ª temporada o título português, da Copa da Uefa e da Taça de Portugal. Assim como seu mestre Mourinho.

A bola pune, Mourinho

A semana que antecedia o superclássico foi tensa. José Mourinho, bem ao seu estilo, hamou a atenção e mudou o foco do jogo. Afirmou em entrevista coletiva que Guardiola criou um novo estilo de treinador: os que reclamam quando o árbitro acerta. O técnico catalão garantiu que a resposta viria dentro de campo. E ela veio.  


O aguardado cumprimento de Mourinho e Guardiola
O português provou que é inteligente e mostrou humildade, coisa rara nele, após levar uma sonora goleada no Camp Nou por 5 a 0 no primeiro turno do campeonato espanhol. Na sequência de jogos entre Real e Barça nos meses de abril e maio, ele abdicou da caracteristica de seus jogadores e criou uma tática para anular o Barcelona. Um meio de campo com marcação forte e avançada de Pepe e  Khedira com Xabi  Alonso um pouco mais recuado conseguiu frear o jogo envolvente do Barça, em Valencia, na final da Copa do Rei. O Real venceu num contra-ataque pela esquerda, numa jogada rápida de Marcelo e Di Maria que encontrou a cabeça de CR7 para marcar o gol do título.


O erro de "Mou" foi acreditar que essa tática defensiva funcionaria para sempre. Mesmo jogando em casa pela primeira partida da UCL, ele manteve a tática, só que, agora, ela não funcionou. Com o desfalque do volante alemão e a entrada de Lassana Diarra, a equipe merengue perdeu a saída de bola (o luso-brasileiro e o frânces não se destacam pelo passe, não mesmo). Com Ozil apagado e Alonso muito recuado não havia ligação entre a defesa e o ataque. O Real roubava a bola e não sabia o que fazer com ela. Tentava sair em velocidade pelas pontas ou com Di Maria pela esquerda ou com Ozil e Cristiano Ronaldo (que revezavam na direita),  mas poucas vezes foi efetivo Essa foi a tônica do primeiro tempo: Barça com a bola, tentando criar mas esbarrando na marcação do Real, de muita ocupação dos espaços e força física. As únicas ameças dos madrilistas foram em chutes de fora da área de Cristiano Ronaldo. Um primeiro tempo fraco que se destacou mais pelas faltas e pela catimba dos jogadores do que pelo futebol apresentado. 

A expulsão de Pepe mudou o panorama do clássico
A entrada de Adebayor no segundo tempo parecia que iria mudar o jogo. Com a saída de Ozil, CR7 foi jogar pela direita , Di Maria se mantinha pela esquerda e o Togolês era a referência no ataque. Substituição que ajudaria o time da capital nas bolas aéreas. Na prática, o jogo não mudou muito: o Barça tinha a posse de  bola (que foi superior a 71%)  e o Real tentava contra-atacar. Até que aos 16', o esquema ultradefensivo de "los blancos" sofreu um duro golpe que mudou a história do jogo: Pepe foi expulso após uma dividida de bola com Dani Alves na intermediária de defesa dos blaugranas.  

Com espaço, todo mundo sabe o que esse time do Barça é capaz de fazer.A posse de bola e troca de passes curtos e rápidos fez com que o Barça, que já dominava o jogo, conseguisse criar situações claras de gol. Para explorar ainda mais o lado direito de ataque, Guardiola tirou Pedro e colocou o Affelay. E foi justamente numa jogada de habilidade e velocidade pela direita que o holandês deixou Marcelo na saudade e cruzou para Messi se antecipar  na pequena área e completar. Gol do Barcelona.

No fim do jogo, Messi fez mais um. Um gol com a marca dele. Gol de craque, gênio, monstro. Como diz Jorge Ben, "tabelou, driblou dois zagueiros, deu um toque e tirou o goleiro. Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade." É o melhor jogador da minha geração. E o gol foi coisa de cinema, por isso é melhor assistir do que ler sobre ele.




    Messi, o monstro


São 56 jogos e 35 gols na Uefa Champions League. Nessa edição ele fez 11 gols em 11 jogos. Ele só tem 23 anos e já venceu uma UCL. Esse é Lionel Messi. O maior goleador da história do campeonato é Raul. González Com 32 anos e três campeontatos, o espanhol tem 71 gols anotados. Mantendo a média desse ano, o hermano alcança Raul na temporada 2014/2015, logo depois da Copa no Brasil. O natural é ele se transformar no maior goleador da história da UCL. Alguém dúvida?